Conforme a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do IBGE, o Varejo Restrito brasileiro teve variação de -0,1% no volume de vendas no mês de outubro, na série que considera o ajuste sazonal. A pesquisa que investiga empresas varejistas com 20 pessoas ocupadas ou mais, havia registrado baixa de 1,1% no mês anterior, também na série com o ajuste. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, a PMC teve queda de 7,1%, série que desconsidera o ajuste. Em 12 meses, o varejo restrito brasileiro registrou alta de 2,6% no volume de vendas.
No Rio Grande do Sul (RS), comparado ao mês anterior, o Varejo Restrito teve variação de 1,6%, na série dessazonalizada. Em relação ao mês de outubro do ano passado, houve aumento de 0,4%. Com esses resultados, o acumulado em 12 meses foi de 1,4%.
No Varejo Ampliado, que inclui as atividades de material de construção e veículos, motos, partes e peças, foi verificada queda de 0,9% ante o mês anterior para o Brasil (BR) e elevação de 2,2% para o RS. Em relação a outubro de 2020, houve baixa de 7,1% no país e de 2,5% no estado. Dessa forma, o volume de vendas do Varejo Ampliado registrou no acumulado em 12 meses 5,7% no país, e alta de 2,9% no Rio Grande do Sul.
A alta de 0,4% no caso do Rio Grande do Sul na comparação com o mesmo período de 2020 foi resultado de 4 quedas e 4 altas na desagregação das atividades investigadas. Os segmentos de Outros Artigos de uso pessoal¹ (26,4%), Farmácia e perfumaria (8,0%), Combustíveis e Lubrificantes (4,1%) e Livros, Jornais, Revistas e papelaria (1,4%) registraram aumentos. Do lado das perdas ficaram Materiais de Escritório e Informática (-20,3%), Móveis e eletrodomésticos (-20,1%), Hipermercados, Supermercados, Prod. Alimentícios, bebidas e fumo (-3,1%) e Tecidos e Vestuário (-2,2%). No Varejo Ampliado, a atividade de Veículos, Motos, Partes e Peças teve baixa de 5,3% e registrou variação de 5,6% no acumulado em 12 meses. Já Materiais de Construção apresentaram queda nas vendas de -15,1%, fechando no acumulado em 12 meses com avanço de 9,5%.
De maneira geral, o varejo restrito parece dar sinais de estar estagnado. No país já é o terceiro mês de queda na margem. No Rio Grande do Sul, apesar do crescimento marginal em outubro, ele sequer repõe a perda ocorrida nos dois meses anteriores. De maneira geral, os resultados não surpreendem, pois, a conjuntura atual explica os números apurados. A inflação alta e os juros crescentes são claramente inibidores do consumo. Além disso, obviamente, com o aumento da flexibilização, o consumo das famílias passa a contar com uma parcela maior de serviços, o que também acaba tendo impacto no consumo de bens.
¹ O grupo contempla: comércio varejista não-especializado sem predominância de produtos alimentícios, em estabelecimentos que oferecem variedade de linhas de mercadorias; o comércio varejista realizado em lojas de departamentos; Comércio varejista especializado de peças e acessórios para aparelhos eletroeletrônicos para uso doméstico, exceto informática e comunicação; Comércio varejista de artigos recreativos e esportivos; Comércio varejista de artigos de óptica; Comércio varejista de joias e relógios; Comércio varejista de outros produtos novos não especificados anteriormente.