Conforme a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do IBGE, que investiga empresas varejistas com 20 pessoas ocupadas ou mais. o Varejo Restrito brasileiro teve variação de 0,0% no volume de vendas no mês de junho em relação ao mês imediatamente anterior, na série que considera o ajuste sazonal. Esse resultado veio depois de dois meses negativos nessa base de comparação. Em relação ao mesmo período do ano anterior, a PMC teve, em junho, alta de 1,3% na série que desconsidera o ajuste (em maio havia registrado variação de -1,1%).
Com o resultado, o varejo restrito brasileiro acumulou variação de 0,9% em 12 meses. O Varejo Ampliado, que inclui as atividades de Material de Construção e Veículos, Motos, Partes e Peças, e Atacado de Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo teve variação de 1,2% na comparação mensal e, em relação a junho do ano anterior, o resultado foi de 8,3%. Com isso, o varejo ampliado acumula variação de 1,1% em 12 meses.
No Rio Grande do Sul (RS), comparado ao mês anterior, o Varejo Restrito apresentou variação positiva de 0,6% na série dessazonalizada, depois de registrar dois meses de queda nessa base de comparação. Em relação ao mês de junho do ano passado, houve queda de 1,7%, após também ter registrado queda de 4,9% em maio de 2023. Com o resultado de junho de 2023, o varejo gaúcho acumula alta de 3,6% em 12 meses. No ano, a alta é de 1,2%.
Já no Varejo Ampliado gaúcho houve alta de 1,7% na margem. Em relação a junho de 2022, as vendas aumentaram 2,1%. Dessa forma, o volume de vendas do Varejo Ampliado registrou alta de 3,0% no acumulado em 12 meses no Rio Grande do Sul e registrou alta de 2,1% no ano.
A queda de 1,7% no varejo restrito do Rio Grande do Sul na comparação com junho de 2022 foi resultado de duas altas e seis quedas na desagregação das atividades investigadas. Os Artigos Farmacêuticos e Perfumaria (6,1%) tiveram alta juntamente com Hipermercados, Supermercados, Prod. Alimentícios, Bebidas e Fumo (3,4%). Os demais segmentos tiveram queda. Combustíveis e Lubrificantes (-6,4%), Móveis e Eletrodomésticos (-8,1%), Tecidos, Vestuário e Calçados (-3,8%), Livros, Jornais, Revistas e Papelaria (-9,0%), Equipamentos e Materiais para Escritório, Informática e Comunicação (-3,6%) e Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico (-16,0%).
No Varejo Ampliado, a atividade de Veículos, Motos, Partes e Peças registrou avanço de 26,2% na comparação com o mesmo período de 2022, e acumula alta de 8,4% em 12 meses. Já Materiais de Construção apresentou queda interanual de 3,4%, fechando no acumulado em 12 meses com baixa de 4,7%. Por fim, o Atacado de Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo teve variação de 7,3% na comparação interanual.
Os resultados apontam tanto para o Brasil quanto para o Rio Grande do Sul uma atividade morna no comércio varejista. No RS, houve ainda expansão na margem, mas no Brasil se registrou estagnação. O destaque do mês foi a venda de automóveis apoiada pelo programa de estímulo do governo no mês de junho que, certamente provocou uma janela de oportunidade para aqueles que já tinham a intenção de comprar automóvel novo em 2023. Na média trimestral, em ambos os casos (BR e RS), tanto para o varejo restrito quanto para o ampliado, o que se verifica é um cenário de desaceleração. Ainda que a inflação esteja dando sinais de arrefecimento, as taxas de juros continuam bastante elevadas e o mercado de trabalho já não consegue dar o mesmo impulso que dava em um passado recente.